A vinha de Deus
Texto base:
"Agora cantarei ao meu amado o cântico do meu querido a respeito da sua vinha. O meu amado tem uma vinha num outeiro fértil.
E cercou-a, e limpando-a das pedras, plantou-a de excelentes vides; e edificou no meio dela uma torre, e também construiu nela um lagar; e esperava que desse uvas boas, porém deu uvas bravas.
Agora, pois, ó moradores de Jerusalém, e homens de Judá, julgai, vos peço, entre mim e a minha vinha.
Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? Por que, esperando eu que desse uvas boas, veio a dar uvas bravas?
Agora, pois, vos farei saber o que eu hei de fazer à minha vinha: tirarei a sua sebe, para que sirva de pasto; derrubarei a sua parede, para que seja pisada;
E a tornarei em deserto; não será podada nem cavada; porém crescerão nela sarças e espinheiros; e às nuvens darei ordem que não derramem chuva sobre ela.
Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel, e os homens de Judá são a planta das suas delícias; e esperou que exercesse juízo, e eis aqui opressão; justiça, e eis aqui clamor."
Note os versos destacados:
Nesse capítulo é contada a história em forma de metáfora a respeito de um homem que teve o desejo de construir para si uma vinha. Uma analogia pode ser feita através dessa história com muitas outras da bíblia e da história do mundo. Ela mostra o desapontamento de Deus (representado como o “amado”) com Israel e Judá, as nações que se rebelaram contra as leis divinas estabelecidas no velho testamento. Trazendo o conto para mais próximo de nós, esse mesmo desapontamento pode ser aplicado a toda a humanidade. Deus traçou um plano inicial de ter uma vinha, um lugar para si onde ele pudesse colocar tudo o que ele ama. Podemos comparar este plano com a criação do mundo e do Jardim do Éden. Mostra-se que ele cercou a vinha (separou), limpou-a das pedras tirando a sujeira e tudo o que estava junto que pudesse sufocar o seu crescimento, plantou excelentes vides, isto é, uma essência originada do próprio Deus, à sua imagem e semelhança, com as suas qualidades e o seu caráter, assim como a criação de Adão e Eva, edificou no meio dela uma torre de vigia, para que pudesse estabelecer uma forma de proteger aquilo que ele amava e os seus futuros frutos de um possível inimigo, como a serpente do jardim ou em palavras mais claras, Satanás. A torre pode ser comparada com as árvores do conhecimento do bem o do mal e da vida no sentido de que através delas Deus poderia saber quando o inimigo teria invadido o seu jardim, visto que ele só poderia se adentrar na sua vinha ou no coração do homem quando eles aceitassem comer o fruto proibido. E também construiu nela um lagar; um lugar onde os frutos pudessem ser trabalhados, lavados, e multiplicados, o que pode representar os dons do espírito que Deus nos dá e deseja multiplicar e utilizar para sua própria glória e os dons e habilidades físicas e mentais que podem ser trabalhadas e melhoradas a fim de serem úteis em sua obra e para o seu Reino; e ESPERAVA que desse uvas boas, mas só deram uvas bravas. Aqui o autor se remete a que Deus esperava (embora seja onisciente) que o seu povo escolhido fosse a nação que mais o amaria, o seguiria e traria orgulho para si, porém Israel se rebelou contra o plano inicial de Deus por ter dado ouvidos as oportunidades do mundo por trás das cercas e se tornou amarga, ingrata, idólatra, murmuradora, imoral, assassina e infiel, assim como a humanidade que podemos ver hoje. Mas, apesar de todo o sangue e todo o pecado que Israel (ou o homem) carregava Deus, durante toda a história do mundo tentou fazer com eles se voltassem pra ele e para a sua justiça afirmando que aquele que quisessem teriam seus pecados perdoados, remidos e eles seriam limpos, se tornando novamente alvos e santos, promessa esta que foi cumprida através do sacrifício de Jesus na cruz. Contudo, Deus sabia que nem todos acreditariam nele mesmo após todos os milagres e da ressurreição de Jesus e que, somente no juízo, Israel voltará para Ele e os que o aceitarem terão em prova de sua fé. Da mesma forma, hoje nós (os chamados gentios, não judeus) temos a possibilidade de nos voltarmos para Deus e viver em santidade, contribuindo para que a sua Palavra e o seu nome seja apresentado a todos os povos dando oportunidade, assim como a que nós recebemos através da pregação de Paulo, de conhecerem ao verdadeiro Salvador e o verdadeiro Deus, para que o plano inicial de Deus de viver junto ao seu povo num lugar maravilhoso e santificado (sua vinha) seja retomado e realizado na Nova Jerusalém onde não só o povo escolhido por Deus no princípio, mas todas as nações, tanto judeus como gentios poderão participar da sua mesa e da sua gloriosa presença.
E então, eu deixo uma pergunta para refletir: De que lado da cerca você gostaria de estar?
Tenham uma boa semana!
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